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Documentário
Entre os vídeos a serem exibidos, será apresentado pela primeira vez em Porto Alegre o documentário Jana Sanskriti, "Um Teatro em Campanha", dirigido pela franco-brasileira Jeanne Dosse. O filme narra a experiência do grupo de mesmo nome que, a partir das técnicas do Teatro do Oprimido, atua em dez regiões da Índia, envolvendo cerca de três milhões de camponeses. Exibido na Mostra de Cinema de São Paulo, ganhou o prêmio do Júri no Festival Semaine du Cinéma Méditerranéen, de Lunel, França. O evento é uma realização da prefeitura por meio da Coordenação de Artes Cênicas (51-3289-8062 e 3289-8064) da Secretaria Municipal da Cultura, com apoio da Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O Armazém de Criação, localizado na área central do Recife, já é famoso pela formação que oferece para os atores pernambucanos e, agora, renova seus horizontes apresentando atividades de dança. Desde o início de maio, uma equipe realiza audições para montar um espetáculo de dança que terá temporada de quatro meses. Quarenta pessoas se candidataram às vagas de bailarinos e apenas três para a vaga de coreógrafo. A comissão de seleção é formada por Lúcia Helena Gondra, representando o Sated-PE; Paulo Henrique Ferreira, da Apacepe ; Arnaldo Siqueira, da UFPE; Raimundo Branco, do Armazém, e representante do Movimento Dança Recife.
A partir de 12 de junho, reestreia no Teatro Municipal de Niterói, para uma curta temporada, a mais nova montagem do clássico de Schiller "Maria Stuart", com Julia Lemmertz no papel-título e Ligia Cortez como a Rainha Elizabeth, sob a direção de Antonio Gilberto, também idealizador do projeto ao lado de Julia Lemmertz. A tradução utilizada é a de Manuel Bandeira, e completam o elenco Mário Borges, André Correa, Henrique Cesar, Clemente Viscaino, Amélia Bittencourt, Renato Linhares, Maurício Souza Lima, Silvio Kaviski, Thiago Hausen, Maurício Silveira e Ednei Giovenazzi, em participação especial.
A peça fala do histórico conflito entre as rainhas, primas e rivais Elizabeth, da Inglaterra, e Mary Stuart, da Escócia. A motivação do diretor Antonio Gilberto para trazer ao público brasileiro deste início de século XXI a tragédia de Schiller escrita em 1800 é sua atualidade: "Por falar de sentimentos e conflitos tão comuns a nós seres humanos, essa obra de Schiller é um clássico. Por ser um clássico será sempre oportuna e interessante uma nova montagem de Maria Stuart", afirma o diretor.
A encenação de Antonio Gilberto concentra seu foco na relação humana dessas duas rainhas e dos personagens que giram em torno das mesmas. A montagem não pretende julgar essa "luta" entre essas duas mulheres, mas sim apresentar os conflitos que fizeram parte da relação das duas e que culminaram com a morte de Mary Stuart. Construído a partir da história real destas rainhas, o texto de Schiller promove o - jamais ocorrido de fato - encontro entre as duas.
Elas governam a mesma ilha, personificando caráter e ideias de feminilidade opostos, e representando monarquias estabelecidas por poderes considerados divinos. Maria Stuart (Julia Lemmertz), rainha católica de Escócia, e Elizabeth (Ligia Cortez), rainha protestante de Inglaterra, são protagonistas de um drama que envolve sexo, poder, ambição, intriga política e uma rivalidade só resolvida com a morte.
Como rainhas regentes, enfrentaram o preconceito de um mundo dominado pelos homens, foram deploradas por sua feminilidade, comparadas uma à outra e cortejadas pelo mesmo homem. Em toda sua vida, Elizabeth revestiu-se de coragem para provar ao mundo que tinha coração e a mente de um homem, tão consciente era da convencional inferioridade de ser apenas uma mulher. Mesmo agindo assim, tendo na sua masculinidade a sua força, possuía todas as paixões de uma mulher e as expressava através da manifestação de seu amor pelos seus favoritos e pela ternura por seu povo. Já Maria era vista como imprudente, emocional e suscetível a colapsos nervosos. De temperamentos diferentes, essas rainhas se igualavam no vigor de suas ambições.