Depois de anos ensaiando o reerguimento teatral do Ceará, 12 grupos de teatro da região se uniram e criaram a Cooperativa Cearense de Teatro. A principal justificativa para a iniciativa é a longa inércia produtiva e de desenvolvimento que a classe vem encontrando. Estão à frente do movimento Herê Aquino (Grupo Expressões Humanas), Nelson Albuquerque (Pavilhão da Magnólia), Gyl Giffony (Grupo 3 X 4), Thiago Arrais (Independente), Rogério Mesquita (Grupo Bagaceira), Siomar Ziegler (Cia do Batente), Edson Cândido (Grupo Imagens), Joel Monteiro (Teatro Máquina), Almeida Júnior (Cia. Teatral Acontece) e Maninho (Grupo Garajal).
Dentre os principais objetivos da parceria estão a abertura de um maior espaço dialógico e propositivo de ações e políticas voltadas ao teatro a partir de um maior contato com as entidades públicas e privadas, a criação de possibilidades de uma ingerência mais direta dos artistas e grupos sobre o seu fazer, a compreensão e exploração das inúmeras possibilidades que o mercado oferece aos artistas e técnicos teatrais, a qualificação da mão-de-obra e da produção local, o incentivo e promoção, juntamente com órgãos públicos e privados, de um intercâmbio cultural entre seus associados e grupos ou entidades de outra localidade através de cursos, oficinas, palestras, debates, festivais e mostras de teatro, em sua área de ação ou em lugares onde haja interesse pela produção teatral cooperativada.
O movimento de recuperação do teatro cearense teve início no final de 2004, durante a Mostra SESC Cariri de Teatro. Na ocasião, vários grupos, insatisfeitos com o panorama artístico cearense, se juntaram e criaram o Conte: Conexão Nordeste de Teatro que, nos anos seguintes, atuou na formação, circulação, intercâmbio e fortalecimento da linguagem teatral local. A Cooperativa Cearense de Teatro se tornou, por conseguinte, uma ideia derivada e aperfeiçoada do Conte e é agora a principal esperança da mudança que se aguarda há anos do cenário teatral do Ceará.