Ary Fontoura, sinônimo de talento e sensibilidade - Interpretar como ofício e paixão

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Interpretar como
ofício e paixão
Mas nem tudo, no teatro brasileiro, tem deixado Ary satisfeito. “Escreve-se muito pouco para teatro. Precisamos de bons autores e boas histórias. Muitas peças em cartaz me chamam a atenção pelo bom texto, da mesma forma que outras me decepcionam pelo texto ruim”, revela Ary, que guarda com carinho, na memória, alguns trabalhos que executou nos palcos. “Na década de 1980, fiz excelentes trabalhos em teatro, quando pertencia ao elenco fixo do Teatro dos Quatro que, na época, era subvencionado pela Shell. Foi aí que fizemos ótimas peças com elencos excelentes: “O Rei Lear”, “Assim é se lhe Parece”, “Sábado, Domingo e Segunda” e “A Ópera do Malandro” foram títulos que, sem dúvida, engrandeceram o meu currículo”, avalia Ary.
Embora seja apaixonado por teatro, Ary Fontoura não é menos aficionado pela televisão e pelo cinema e diz atuar feliz e bastante confortável em todos os meios. “Nada que faço em teatro, TV ou cinema me desagrada. Procuro entender que cada trabalho novo é um desafio e me preparo para isto. É como se eu fosse um operário. Mas não brinco em serviço, pois o público merece o melhor de mim. Quando você faz alguma coisa por amor, isto não se constitui em nenhum sacrifício”, diz. “A mudança do veículo só modifica a forma e a técnica de como contamos a mesma história”, ensina, novamente, o mestre. Palavra de quem sabe. Afinal, só de Rede Globo, são 41 anos encantando e emocionando milhões de pessoas.
“Costumo sempre dizer que estar na televisão é também importante para um ator expandir o seu trabalho e firmar sua qualidade junto ao público. Teatro e TV são uma dobradinha infernal”, avalia Ary, que viveu o ápice de sua carreira na televisão na novela Roque Santeiro, no início dos anos 1990. “O grande momento de minha vida profissional, na televisão, foi na TV Globo, na época de Roque Santeiro, uma novela que no seu último capítulo foi assistida por 90% do povo brasileiro. Foi o maior público que já tive. Se tiver que somar todas as pessoas que me viram no teatro nesses 55 anos – e olhe que fiz muitas peças! – não igualaria em número o que o último capítulo do ‘Roque’ conseguiu”, frisa Ary, que destaca, ainda, na televisão, sua atuação como Baltazar Camará, na novela “Espigão”, de Dias Gomes. “No teatro eu destaco O Bobo, do ‘Rei Lear’ de Shakespeare. Já no cinema, a Dona Dina Rocha (do filme ‘A Guerra dos Rocha’, de 2008)” considero um presente para mim”, diz.

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