“As Cinzas do Velho”:história de dois irmãos unidos pelo último desejo do pai

Dois irmãos acabam de perder o pai e, a pedido dele, levam suas cinzas para que sejam depositadas na fogueira do festival Burning Man, um grande evento anual realizado no deserto de Nevada, nos Estados Unidos. Inseparáveis quando pequenos, mas afastados por episódios marcantes em suas vidas, viajam para cumprir essa tarefa. Bobby e Mike mal sabiam o quanto o pedido do pai transformaria o relacionamento entre eles. É neste contexto que se desenvolve “AS CINZAS DO VELHO”, texto do dramaturgo norte-americano Kelly McAllister, com direção de Luís Artur Nunes e atuações de Marcelo Braga e Alexandre Cruz, além dos atores Antoniela Canto, Cibele Bissoli, Leandro Madeiros e Luciano Schwab . O espetáculo volta em cartaz a partir de 09 de agosto de 2013, sextas e sábados às 21h e domingos às 19h no Teatro João Caetano (Rua Borges Lagoa, 650 - próximo da Estação de Metrô Santa Cruz, em São Paulo) O espetáculo fica em cartaz até 15 de setembro de 2013.  Este espetáculo foi produzido com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Programa de Ação Cultural 2011. Esta temporada tem a realização da Prefeitura de São Paulo.

A peça é o que se costuma chamar contemporaneamente de “dramédia” – uma mistura de elementos dramáticos e cômicos. Ora engraçada, ora comovente, a peça não pretende alcançar o riso gratuito, a qualquer custo, mas sim aquele que brota da observação das situações únicas que nascem de entroncamentos dramáticos. O relacionamento difícil entre os irmãos vai se complicando na medida em que os dois, por conta de um incidente com carro, ficam temporariamente presos num hotel de beira de estrada, sem qualquer forma de comunicação com o mundo exterior. Nesse fim-de-mundo, entram em contato com dois casais: os proprietários do hotel: uma mulher oprimida por um marido violento, e os hóspedes hippies que chegam alardeando seu folclore esotérico.

A história criada por Kelly McAllister se passa em um ambiente contemporâneo. Apesar do universo proposto pela direção e criado pela cenografia de Fábio Namatame sugerir o ambiente ríspido e seco das beiras de estrada americanas, o dramaturgo aborda uma das questões mais essenciais da experiência humana: o que estamos fazendo aqui? “Não fizemos uma adaptação para uma realidade brasileira, pois estamos acostumados com essa realidade geográfica americana”, explica o diretor Luís Artur Nunes que segue um princípio básico em seus trabalhos: respeitar o texto, não de forma servil, mas mantendo a qualidade do fluxo dramático procurando traduzir todo o universo presente na obra durante as cenas.

O conflito entre os dois irmãos fica mais acirrado no decorrer do espetáculo e esse crescente dá oportunidade para que velhos fantasmas familiares venham à tona.

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