Cobertura do 25º Prêmio Shell no Rio de Janeiro

Por Rubens Barizon
Do Jornal de Teatro




A noite de premiação Shell do Teatro carioca teve sotaque curitibano. Ontem, dia 19, a Cia Brasileira de Teatro, com a peça “Esta Criança”, foi o destaque da 25ª edição, faturando quatro das cinco indicações.

O Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico, além do verde local, teve o salão principal ornamentado com flores para celebrar o teatro. Mesmo que o clima seja amistoso no mundo dos artistas, vencer o prêmio Shell que entrega um total de R$72 mil, ser reconhecido e alavancar possibilidades, dava o clima de quem será que vai levar.

No ano do centenário da multinacional do petróleo no Brasil, a edição contou com a apresentação de Nicette Bruno e Beth Goulart, que repetiram por quatro vezes“Esta Criança”, peça teatral que faturou os prêmios de melhor cenário por Fernando Marés, melhor direção por Marcio Abreu, melhor iluminação por Nadja Naira e melhor atriz por Renata Sorrah. A atriz, intensa, incluiu entre outros agradecimentos, a preocupação com os teatros fechados em seu discurso e convocou os presentes para uma assembleia visando a reabertura dos espaços culturais. A companhia brasileira de teatro vai para o Festival de Curitiba com gosto de comemoração, afinal a companhia nasceu na cidade.

Enquanto anunciado o prêmio de melhor autor, Nicette usou o clássico: “Procura-se um autor”, frisando a importância do texto para uma boa produção. Na categoria, os autores Maurício Arruda Mendonça e Paulo Moraes ficaram com o prêmio por “A Marca da Água”, a segunda mais indicada da premiação.

O ator Gustavo Gasparani, que comemora 30 anos de carreira, é o melhor ator da 25ª edição do prêmio no Rio pela interpretação da travesti Vanilla Cherry. No palco o ator admitiu ter raspado as axilas para as apresentações de “As Mimosas da Praça Tiradentes”. No lobby em conversa com a nossa equipe, Gasparani usou o bordão de Cherry para agradecer o prêmio de melhor atriz, se fosse o caso: “Muito obrigado! Eu quero Morrer, Eu quero Morrer”.

O prêmio de melhor figurino ficou com Teca Fichinski, com o vestido longo que se prendia ao cenário na peça “Valsa nº6”. Teca contou que sonhou com o figurino, botou em prática no palco e venceu. A categoria especial foi da Alfândega 88, pela utilização do Teatro Serrador, único espaço cultural particular de portas abertas no centro do Rio de Janeiro. A música ficou aos caprichos de Alexandre Elias por “Gonzagão”.

A filha de Walmor Chagas, Clara Becker, recebeu a homenagem especial da noite. O final da premiação foi ao recitar da poesia de Manuel Bandeira “vou me embora pra Pasárgada...”




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