Por Rubens Barizon
Do Jornal de Teatro
O interior da Grande Sala segue a estrutura imponente da Cidade das Artes, espaço cultural com arquitetura renomada internacionalmente. O Jornal de Teatro visitou o local, dia 14 de março para inteirar o público sobre “Rock In Rio – O Musical”, que contou com um orçamento de R$12 milhões.
Os três andares de camarote e os assentos do térreo, revestidos em madeira de tom escuro moderno, escorrem em direção ao palco e acompanham o recorte de design visto de fora. Para esperar o início do espetáculo, guitarras foram espalhadas em um painel que tomava todo o palco e substituiu a cortina preta tradicional. A banda por trás da estrutura preparava a trilha sonora ao vivo para o show.
No palco, os personagens das edições anteriores do Festival de Rock carioca eram encenados pelo plantel de intérprete, com um início a 220V. Não é para menos, no som tocava Cazuza. Logo na sequência da música, iniciou-se a encenação, com o personagem Alef (Hugo Bonemer) sempre calado, que escutava esporro da mãe( Lucinha Lins) por não parar de escutar música e por não abrir a boca. O cenário que envolvia as conversas com sua mãe era uma mesa, uma cama e ao fundo, livros.
O roteiro aborda um pré Rock In Rio e pelo que tudo indica, era a edição que havia censura da parte do Governo. A coesão musical era pertinente ao desenvolvimento da peça, aproveitando deixas e encaixando a dramaturgia com o sentido dado pelas canções selecionadas para a trama. A estreia do musical foi no início de janeiro e o tempo em cartaz transmite a maturidade do elenco. Tudo estava em sintonia; atores, direção e produção. A estrutura da grande sala, lotada na ocasião, facilita a execução de um musical desse calibre.
A outra protagonista era Sofia (Yasmin Gomlevsky), recém vinda do exterior, com temperamento forte e avesso à musicalidade do pai (Guilherme Leme), idealizador do Festival. O cenário característico das cenas de Sofia, era um sofá vermelho e ao fundo discos emoldurados.
Muito do Musical se desenrola na sala de aula de uma universidade, onde um motim se organiza para combater a liberdade dos jovens estudantes contra a repressão. Os protagonistas dividem histórias semelhantes de perda dos parentes próximos. No caso de Sofia a mãe, uma cantora sumida há 15 anos e no caso de Alef, o pai. Um escritor que escolheu a morte pela revolução de suas ideias. Portanto, ambos tinham uma gana exorbitante e estimulavam os outros personagens, cada um com sua particularidade, também apresentados durante o espetáculo.
Com texto da Rodrigo Nogueira, a direção de João Fonseca sob o “Rock in Rio – O Musical” fica em cartaz na Grande Sala da Cidade das Artes, Barra da Tijuca, Rio, até o dia 28 de abril com a produção da Aventura Entretenimento.