Felipe Prestes
Facilitar o acesso ao conhecimento específico da área que envolve iluminação, sonoplastia, cenografia e figurino. Esse é o objetivo do IBTT (Instituto Brasileiro de Tecnologia Teatral), conhecido como tal a partir do final de 2008. Fundador da instituição, Milton Bonfante conta que tudo começou há cerca de cinco anos, quando iluminadores criaram um grupo para debater e trocar ideias sobre a profissão. “Ao grupo foram se somando outros profissionais, como cenógrafos e figurinistas, até que chegamos ao Instituto”.
Visando o aprimoramento, o IBTT criou um acervo de livros e teses sobre a área, que já serviu de suporte para pesquisadores de algumas localidades do País. Entretanto, o acervo ainda não pode ser digitalizado devido a questões burocráticas que dizem respeito à autorização dos autores ou editoras. “Já estamos trabalhando para digitalizar, mas há entraves e ainda deve demorar um pouco para ocorrer”, explica Bonfante.
Além dessa atividade, o grupo conta com 800 pessoas cadastradas para discutir a área via internet. A busca por conhecimento não ficará restrita a essas iniciativas. O instituto pretende agrupar a tecnologia teatral como um todo em um curso e levar a proposta inclusive até o Ministério da Educação. “Hoje, o que há são cursos técnicos de cada uma dessas áreas separadamente. Os cursos superiores de artes cênicas oferecem poucas opções também nesse tipo de conhecimento”, relata Bonfante, que atualmente dá aulas no Senac-SP.
Para levar por todo o Brasil o aprimoramento é necessário vencer entraves que dizem respeito às diferenças regionais. Bonfante conta que o IBTT busca mapear essas peculiaridades afim de buscar um diálogo possível entre a classe em todo o País. “Em São Paulo, você pode oferecer um curso para utilização de equipamentos de última geração. Em Tocantins, você vai se deparar com outros desafios”, exemplifica.
No dia 6 de abril, às 19h, irá ocorrer o primeiro evento público do instituto. No Teatro do Ator (praça Roosvelt, 172), na capital paulista, será oferecido um seminário sobre iluminação e trilha sonora para espetáculos, com a participação de Beto Bruel e Guto Gevaerd. Os dois foram responsáveis, respectivamente, pela iluminação e trilha sonora dos espetáculos “Av. Dropsie” e “Não Sobre o Amor”, ambos da Sutil Companhia de Teatro, dirigida por Felipe Hirsch.
Milton Bonfante começou a trabalhar com iluminação na década de 60 com um dos pioneiros no País, Giancarlo Bortolotti. Há 25 anos, com o mercado brasileiro já mais amadurecido, abriu empresa própria, tendo trabalhado em eventos como a Bienal de Dança de Santos e em espetáculos como “A Bela e a Fera” e “Fantasma da Ópera”. É docente há mais de 15 anos, tem dois títulos publicados e escreve regularmente para sites, blogs e periódicos que tratam de sua especialidade.