Por Rubens Barizon
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A série de entrevistas continua para seguir a comemoração pelo dia 27, o dia internacional do teatro. Como a dança é parte da alçada do Jornal de Teatro, ninguém melhor do que o diretor artístico da Companhia Brasileira de Ballet, Jorge Teixeira, para representar a classe artística.
Na oportunidade, enquanto ministrava o ensaio da coreografia “Lago dos Cisnes”, o diretor Jorge contou sobre as dificuldades que a dança enfrenta, histórias da companhia e de seus alunos, e da pré-disposição do cidadão brasileiro para as artes.
A Companhia foi fundada em 1967, na cidade do Rio de Janeiro, pelo industrial Paulo Ferraz incentivado por sua esposa e bailarina Regina Ferraz. O nome Companhia Brasileira de Ballet foi cedido ao professor Jorge Texeira em reconhecimento ao seu trabalho de divulgação do ballet clássico e pela excelência técnica e artística desenvolvida por ele e seus alunos.
Jorge Teixeira discursou sobre as opções de companhias clássicas no país, que em dado momento ou era no Theatro Municipal ou em lugar nenhum. A partir de 2001, a Cia Brasileira de Ballet se tornou a segunda na escala de dança clássica no Brasil, sem outras mais.
O entrevistado comparou a dança ao esporte: “A falta de apoio força os nossos talentos a saírem do país para concretizar uma carreira profissional na dança. O percurso é normal, mas isso acontece pela falta de um calendário fixo, lembrando que para ser um dançarino clássico é necessária uma preparação física refinada, uma preparação artística apurada e uma sequência de ensaios. Sem investimento durante alguns períodos do ano, nós temos que dar férias forçadas quebrando todo um ritmo”, comentou o diretor Jorge.
Jorge estimou ter cerca de 200 bailarinos fora do país, por causa da necessidade de afirmação econômica e de incentivo à dança. Falou também que no momento tem dois bailarinos em turnê na Rússia e que já saíram 42 bailarinos para o exterior.
O diretor artístico Jorge revelou que companhias estrangeiras chegam com propostas para nossos bailarinos e promovem projetos que ajudam a fortalecer a classe artística da companhia. No mesmo dia da entrevista, o diretor da companhia norte americana Joffrey de Chicago visitou o local propondo uma parceria. Logo em seguida, Jorge Texeira analisou a iniciativa internacional e a necessidade de renovação dos bailarinos.
O trabalho de ballet clássico funciona na Fundição Progresso das 8 às 17h e fica até às 21h com os bailarinos que precisam de um aperfeiçoamento pessoal do diretor, que frisou o ciclo constante de preparação. A companhia reúne pessoas de várias partes do país e do exterior, e já se apresentou em várias cantos do mundo como Mônaco, Miami e Colômbia, para onde tornarão a se apresentar em breve.
A companhia vai inaugurar com dança o teatro Bradesco na Barra, com a remontagem do “Lago dos Cisnes”.
A mensagem do Diretor artístico para o dia do teatro foi a seguinte: “ Nós como povo brasileiro, versáteis, que lutamos por tudo, que nada é fácil no Brasil, devemos agradecer a vocação para as artes e continuar lutando e sonhando para que a geração atual as gerações futuras existirem”.