Por Rubens Barizon
Redação JT
Os ritmistas afinam os tambores da bateria que impulsionam os componentes da Escola e o público das arquibancadas, para chegar até a apoteose, o final do desfile e a glorificação com o sustento cultural pulsando.
A produção árdua no barracão que antecede o desfile na Sapucaí, move o espetáculo que divulga o carnaval para o mundo e esquenta a disputa entre as Escolas de Samba pela nota 10, na quarta feira de cinzas, quando são divulgadas as notas e repetidas em casa pelos telespectadores, formando um coro entre os componentes da escola e o público em casa.
As fantasias, alegorias e adereços ganham destaque pelas cores, plumas, sustentabilidade e muita criação, que exigem do carnavalesco e toda a sua assessoria, a competência para montar um conjunto em harmonia com o enredo, que é o roteiro da apresentação.
A Comissão de Frente anuncia o ensaio com dança, plasticidade e coreografia na ponta do pé e em gestos primorosos, uma parte singular do desfile. Geralmente, um grupo de bailarinos carregam o semblante da agremiação. As propostas são diversas. Do criador da coreografia, com os personagens centrais que remetem ao enredo, como se fosse exibir um sorriso à frente, cartão de visita da Escola.
Logo na sequência, o Abre-alas imponente mostra a força do samba com os destaques da história que se conta. Um cenário móvel, um palco sobre rodas.
Entre repiques, pandeiros, surdos e cuícas a bateria com o seu mestre, que rege todos aqueles metais contagiam a multidão, arrepiam quando improvisam paradinhas e aumentam a potência dos batuques no ápice do samba enredo, agora não somente com o lado visual do carnaval, mas com a orquestra popular ao ar livre.
Os casais de Metre Sala e Porta Bandeira parecem anunciar o universo da comunidade versado em passos de dança, eleitos pela Escola como o casal do desfile.
Cada lugar tem um jeito de fazer samba. E ninguém, samba da mesma forma. Uma quebradinha aqui, um gingado ali e é claro, sem perder a elegância, os dançarinos e passistas mostram a sensualidade carnavalesca.
Toda essa estrutura, sob o olhar dos jurados, garantem por décadas, a magia no sambódromo carioca.