Inspirado na prosa poética universal de Bartolomeu Campos de Queirós, a atriz mineira Nathália Marçal estrela o espetáculo solo “Por Parte de Pai”, nome homônimo ao livro do autor, amparada pela encenação de André Paes Leme. A montagem tem sessões em São Paulo nos dias 17 e 18 (sexta e sábado) e dias 22, 23, 24 e 25 de maio (quarta a sábado), no Teatro Aliança Francesa, únicas apresentações sempre às 21h.
“Por Parte de Pai” é uma homenagem ao escritor Bartolomeu Campos de Queirós, falecido em janeiro de 2012. A encenação convida o espectador a viajar pelos caminhos curvos da memória de uma infância. No texto, a personagem revive com intensidade sua vivência numa cidade do interior, marcada pela presença do avô. Um tempo que não retorna, a não ser quando chamado pela saudade. A narrativa poética e sensível é delineada pelo reencontro do prazer, sem medos, daquele convívio tão determinante para a sua personalidade, para a descoberta da vida, do amor e da percepção concreta da perda.
A história trata de um amor calado e imenso que, com o passar do tempo, conduz à descoberta do mundo pelo entusiasmo, pela peraltice, pela esperteza. O amadurecimento abre caminho para a compreensão e as palavras que o avô escrevia nas paredes se revelavam. “É como se o espectador fosse transportado para a história, numa viagem paralela, e colocado em contato com algo da infância que se perdeu ao longo do tempo”, comenta o diretor André Paes Leme.
A encenação acompanha a delicadeza e sensibilidade das palavras de Bartolomeu Queirós e busca, na força das suas imagens, por meio de uma narrativa ora angustiante ora leve e divertida, a principal fonte de comunicação do espetáculo. É muito provável que o público, após testemunhar este depoimento singelo e comovente, acabe por desfrutar da mais bela das funções da arte do ator e mergulhar na sua própria história de vida.
“Por Parte de Pai” traz na ficha técnica nomes importantes: Ronaldo Fraga, que responde pelo cenário e figurino; Marcia Rubin, pela preparação corporal e direção de movimentos; Renato Machado, desenhos de luz; Pedro Veríssimo, trilha sonora; Rose Gonçalves, preparação vocal; e Tatyana Rubim pela produção.
Segundo o encenador André Paes Leme, "Nathália revela ser uma atriz muito sensível quando, corajosamente, aposta no desafio de fazer da poética literária um emocionante depoimento teatral. É uma jovem atriz que dá os primeiros passos dando um ótimo exemplo de compromisso com a arte que escolheu para se expressar". Ronaldo Fraga lembra que já conhecia a obra e que quando integrou o projeto já tinha uma ideia preconcebida: “o figurino segue a linha de não pontuar tempo nem gênero. Utilizo o linho, madeira e marfim que apresentam cores e texturas que sempre me remetem à memória. O cenário tem sobreposição de mesas e objetos, que acompanham a linha do tempo das memórias do autor”, completa.