Por Rubens Barizon
O profissional da dança em destaque é o Ronaldo Martins , solista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, professor da Cia Deborah Colker e ainda professor da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa , entre suas outras ocupações . Ronaldo afirma que a marca do bailarino brasileiro é a exposição exteriorizada da emoção durante os movimentos e que muitos compatriotas vão para fora do país não apenas por reconhecimento ou vida econômica estável, mas por espaço.
A vasta experiência internacional e a sequência de prêmios no Festival de dança de Joinville (1988-98) anunciam o currículo do entrevistado e logo, o gabarito de respostas pontuais que completam esta edição especial de dança. Agora não apenas pelo dia 29 de abril, mas, para sacramentar a alta temporada no cenário nacional. A entrevista se desenvolveu sem a outra convidada, a bailarina Giovana Lamboglia, que acabou de chegar do Youth America Grand Prix em Nova Iorque e é uma das alunas de Ronaldo que absorveram a filosofia de determinação para dançar e os movimentos de braço, giro e salto; características da técnica ensinada pelo profissional em voga.
Segundo o professor e bailarino Ronaldo Martins, a maior parcela do sucesso, no universo da dança, está na força de vontade dos bailarinos, a outra parte menor, se divide em talento, sorte e quem foi o professor durante a trajetória. Além da Giovana Lamboglia, Ronaldo também mencionou os alunos oriundos da cidade de Altamira no Pará, Poliana Souza e Leandro Prado, como talentos que seguem o caminho dos grandes palcos, pela capacidade física e técnica que vêm sendo desenvolvida.
Ronaldo Martins ainda comentou sobre o Workshop de Ballet clássico da Amazônia organizado pela Ana Rosa Crispin, um movimento pela dança que se organiza na região norte brasileira com o intuito de popularização da arte naquela região. “É incrível como as coisas relacionadas à dança parecem melhor sempre que eu volto lá. E o ensaio e a organização é toda feita em pouco tempo. Em janeiro deste ano, o movimento teve o direito de exibição comprado em um dos dias por uma emissora de TV internacional. ”
[Para esclarecer aos leitores sobre o ensino nas diferentes instituições:
Jornal de Teatro- Qual a diferença entre as aulas nas instituições particulares e estaduais?
Ronaldo Martins- Para entrar em uma escola estadual, como por exemplo, a Escola Estadual de Dança Maria Olenewa do Theatro Municipal, é exigido um processo físico rigoroso de admissão, que avalia a flexibilidade, extensão dos membros, arqueamento dos pés e coluna intacta se possível. Já na instituição particular o nível de exigência é menor, mas é pedido exame físico . Com relação ao futuro de cada um, o empenho durante as aulas ditam a meta do aluno. É comum a migração de alunos com força de vontade para as escolas estaduais.]
Na reflexão deixada para o dia da dança, Ronaldo Martins frisou a necessidade de investimento dos governantes para os tantos talentos que o Brasil produz para a dança e que está representado em quase todos os ballets do mundo. E seguir projetos sociais como o da Tereza Aguilar - “Dançando Para não Dançar” e quem sabe, montar palcos a céu aberto para proporcionar exibições para todo mundo e popularizar a dança clássica.
Para o fim do mês de maio, o corpo de ballet do Theatro Municipal carioca prepara o Lago dos Cisnes, sob a concepção de Yelena Pankova e autonomia de Gisele Santoro.