Rubens Correa é referência profissional no teatro brasileiro considerado um dos melhores de sua geração. Mas sua importância para as novas gerações fica aquém daquilo que realmente é. Alguns atores desconhecem completamente o nome daquele que, de acordo com Yan Michalski, “um monstro sagrado visceralmente moderno (…) familiarizado com todos os desdobramentos da arte teatral”.
Sua carreira começou aos 27 anos quando se formou no Tablado – escola de teatro criada por Maria Clara Machado – e em direção na Escola de Dulcina de Moraes, na Fundação Brasileira de Teatro (FBT) ao lado de Ivan de Albuquerque, Yan Michalski e Cláudio Corrêa e Castro.
Em 1959, estreia profissionalmente como ator e diretor e realizando em média três espetáculos por ano com o Teatro do Rio, hoje Teatro de Ipanema, fundado em sociedade com Ivan. Ao longo da carreira foi dirigido por Ziembiski, Ademar Guerra, Fauzi Arap, entre outros. Em 1963 recebeu o Prêmio Moliere de melhor ator pela peça “A Escada”. Esta foi a primeira consagração pelo seu trabalho no teatro.
“Hoje É Dia de Rock”, de José Vicente, lhe permite criar o maior sucesso da companhia, além de render-lhe o Prêmio Molière de melhor diretor de 1971. Com “O Futuro Dura Muito Temp”o, de Louis Althusser, adaptação e direção de Márcio Vianna, tem sua última representativa atuação, ganhando o Prêmio Shell de melhor ator em 1993.
Em 2011 é lançado o livro “Rubens Correa: Um salto para dentro da luz”, de Sérgio Fonta, pela Imprensa Oficial de São Paulo. A carta que escreveu para Aula Inaugural da CAL, ministrada em 1984, são citadas na biografia e até hoje são referencia para novos e veteranos atores brasileiros. “... sua história é tão rica que daria, pelo menos, outro livro do mesmo tamanho. Existe uma saudade de se ler e ouvir a respeito dele. Comecei a ter retorno muito antes do lançamento”, conta o autor.
O livro é todo dividido por nomes de peças estreladas por Rubens: “O prodígio do mundo ocidental”, “O diário de um louco”, “Marat/Sade”, “O arquiteto e o imperador da Assíria”, “Hoje é dia de rock”, “O beijo da mulher aranha”, “Artaud” e “O futuro dura muito pouco”.
Rubens Correa, embora seja reconhecido como diretor pela qualidade de alguns espetáculos, é como ator que deixa sua marca no teatro.