Profissão palhaço

Douglas de Barros

Nomes consagrados da dramaturgia brasileira – Gracindo Júnior, Stênio Garcia, Luana Piovani, Reynaldo Gianecchini, Taís Araújo e José Mayer, entre outros – participaram e recomendam. Afinal, mais do que a qualidade da oficina “A Nobre Arte do Palhaço”, o talento de seu criador, Márcio Libar, é conhecido, reconhecido e frequentemente elogiado. Artista de dedicação à arte palhacesca, Libar participou do Teatro de Anônimo, foi coordenador do projeto Mundo ao Contrário e colaborador no Anjos do Picadeiro. Há 18 anos no teatro,  atualmente administra o Teatro Gláucio Gil, em Copacabana. Trabalhou, ainda, na Comédia Popular e estudou com vários mestres da palhaçaria no Brasil.



A eficiência de todo esse currículo pôde ser observada nos dias 20 e 21 de julho, quando o artista ministrou mais uma edição de sua famosa oficina voltada para a formação de palhaços – e uma das mais concorridas do País em sua área de atuação. “Trabalhamos em cima do arquétipo do palhaço, e, a partir dele, fazemos o indivíduo se conhecer melhor. O palhaço é todo carisma, e o carisma representa quem você é, independentemente das máscaras que você usa para tentar ser aceito”, revela Libar, acrescentando que “A Nobre Arte do Palhaço”, na verdade, é mais do que um curso de formação de palhaços.


“Noventa e nove por cento das pessoas dizem que a vida delas, antes da oficina, é uma, e, depois, outra. Por isso, ela é mais cara (custa R$ 400), pois não só ensina a ser palhaço, mas, também, muda a vida das pessoas, através do autoconhecimento”, frisa.


Há dois anos e meio, a jornalista Renata Victal, por indicação de uma amiga, participou da oficina. Não se arrepende, mas avisa: “Quem for para a oficina achando que sairá formado como palhaço, dando cambalhotas e fazendo truques divertidos, está enganado. O curso ensina, na verdade, que um palhaço só faz graça quando é verdadeiro consigo, com seus medos, com suas vergonhas. Quando ele assume tudo, quando consegue rir de si mesmo, quando consegue fazer os outros rirem, aí, sim, se torna um palhaço com direito a nariz vermelho e tudo”.


Mas nem todos se adaptam à metodologia e aos ideais da oficina. Renata revela que, no  seu grupo, duas pessoas desistiram no meio da oficina por não suportarem o confronto com elas mesmas. “No último dia, o Libar chega até nós e, ao pé do ouvido, fala coisas que provavelmente a gente nunca tinha se dado conta. Pelo menos foi assim comigo. Caí em prantos, mas um pranto bom, libertador. Saí de lá com a cabeça efervescendo, com milhões de pensamentos sobre minha vida, sobre minhas reações, sobre minhas culpas. Pude analisar o que queria mudar em mim ou manter. Foi muito válido e já recomendei a oficina para vários amigos”, diz. É um processo divertido e, ao mesmo tempo, doloroso “, compara.


Ao todo, mais de duas mil pessoas já acompanharam a oficina, ao longo dos dez anos de existência do projeto. Sucesso que rendeu um livro de mesmo nome e que pode ser encontrado no blog do ator (www.libar-marcio.blogspot.com). Além de “A nobre Arte do Palhaço”, Libar ministra outras duas oficinas no teatro Gláucio Gil. Voltada para a formação técnica e com duração de três meses, o “Atellier do Riso”, começou dia 27 de julho. “O que faz rir”, será ministrada todas as terças-feiras de outubro, também em Copacabana, das 11h às 14h, e é gratuita.


Para quem ficou na vontade e quer trazer à tona o palhaço que existe dentro de cada um, basta acessar o blog de Libar ou ainda entrar em contato com Giuliana Libar pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo telefone (21) 9254-2933. O Teatro Gláucio Gil fica na praça Cardeal Arcoverde, em Copacabana – Zona Sul. Informações pelo telefone (21) 2299-5580.

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