As Irmãs Siamesas estreia com direção do francês Sébastien Brottet-Michel

Foto: Heloisa Bortz

Com encenação de Sébastien Brottet-Michel, diretor francês e ator do Théâtre du Soleil, desde 2002, o espetáculo As Irmãs Siamesas, de José Rubens Siqueira, estreia no dia 5 de outubro (sexta, às 20h30), no Teatro Aliança Francesa. A peça revela a complexidade e ternura da alma feminina, inserida na relação familiar, a partir do reencontro de duas irmãs, interpretadas por Cinthya Hussey e Nara Marques, após a morte da mãe.

As Irmãs Siamesas foi escrita em 1986, rendendo o Prêmio APCA de Melhor Autor a Siqueira. As particularidades da alma humana, a personalidade e a individualidade aparecem de forma natural e contundente no reencontro de Marta e Maria.

A morte da mãe provoca o encontro e o confronto entre Marta, a irmã mais velha e cuidadora da mãe, e Maria, que partiu para uma vida nova em São Paulo. Frias e distantes, elas entram em casa envoltas pelo incômodo da presença uma da outra e precisam reaprender a se comunicar. As lembranças são inevitáveis. Cada memória vem carregada de rancor, mágoa, acusação ou mesmo ternura, leveza e humor. O passado é o fantasma de Marta que acredita não ter tido a oportunidade de ser feliz, obrigada a permanecer numa cidade do interior, carregando a responsabilidade da mãe doente sem opção de viver a própria vida. Agora, sente-se ainda mais perdida, sem a mãe e sem o filho que vive fora do país.

É preciso restabelecer os laços, a ligação fraterna que se perdeu. Os diálogos evoluem na mesma proporção das emoções. A muralha vai sendo transposta à medida que as questões vão sendo expostas, colocando-as numa posição de maior proximidade. O encontro é permeado por momentos de ternura e delicadeza, outros de raiva e até violência, até revelar os detalhes da vida de cada uma.

A magia de As Irmãs Siamesas está na simplicidade em como apresenta duas personalidades tão distintas na superficialidade e tão similares no íntimo. O afeto é o frágil elo que une Marta - mulher forte, severa, amarga e retraída, mas que comove por sua naturalidade - e Maria - jovem urbana, ousada, instintiva e de alma livre. Ao espectador cabe a imersão nessa história sensível que discute o tempo por meio das relações familiares e das consequências das escolhas do passado, ampliado pela ótica do feminino.

Sobre a direção, Sébastien Brottet-Michel diz que o fundamental é expor as características das personagens. “O caminho não é a busca psicológica dessas características, mas a imaginação, tanto a minha quanto a das atrizes, sobre o que é necessário para contar a história. O corpo do ator deve ser uma entidade que recebe a personagem; o psicológico vem pelo estado do corpo e da imaginação”. Sébastien afirma que não importa a interpretação propriamente dita, mas o fato de que as atrizes vivam, literalmente, as mulheres do texto com a máxima verdade. Segundo ele, o espectador precisa ler o corpo do ator a partir da possibilidade que o ator lhe dá. “Buscamos pelo melhor momento, pelo estado que trouxe a verdade para encantar a realidade por meio do deslocamento poético. Isto é percebido pela respiração, pela tensão interior. A emoção vem das descobertas em cena. E o drama é vivo: oferece-nos estados e diferentes possibilidades”. E com relação ao texto de José Rubens, o diretor diz que espera que o público se reconheça nas personagens, pois “o luto é inerente a todos, e a morte do pai ou da mãe é como um muro que desaba, trazendo a consciência da nossa própria finitude”.

Foto: Heloisa Bortz

O Brasil não é novidade para o diretor Sébastien Brottet-Michel. Há 10 anos, ele se apresenta no país com o Théâtre du Soleil. “Cinthya e eu estivemos juntos em vários projetos, sempre pensamos em realizar um espetáculo e agora aconteceu”. Para Cinthya Hussey, a direção de Sébastien fez um ajuste fino na obra de José Rubens Siqueira que se encaixa perfeitamente nas emoções das cenas. “A preparação foi um trabalho muito difícil e muito rico até chegarmos ao ponto pretendido por ele; aquele ponto onde o corpo diz uma coisa e o texto diz outra. E o coração? Ele também diz outra coisa”, comenta a atriz.

Cinthya conta que teve contato com o texto, em 2005, e já pensava em montá-lo. Fez algumas leituras e, em 2009, conheceu Nara, passando a compartilhar com ela, desde então, o desejo de levar As Irmãs Siamesas para o palco. “Pensei em Sébastien para dirigir essa peça porque admiro a forma como ele nos traz as imagens, fazendo a transição do real para o poético. Ele nos guia e nos insere no universo proposto pelo autor sem precisar do realismo material, penetrando nas camadas mais profundas das personagens”, revela a atriz.

Para Nara Marques, ter um texto brasileiro encenado com um olhar europeu é um privilégio, depois de anos à espera de concretizar esse sonho. Ela conta que, para ela, o trabalho foi muito desafiador e a tirou da zona de conforto: “Sébastien me pediu para transpor a vida, transpor o realismo para dentro da poesia e só assim cheguei a um lugar que eu não conhecia”. E completa afirmando que “esse processo foi fundamental para potencializar um texto cheio de humanidade e intensidade nas relações”.

E o autor José Rubens Siqueira também fala sobre a montagem de seu texto, mais de 20 anos após ser concebido. “Sempre que um autor vê seus personagens saltarem da página e ganharem corpo e voz sobre o palco, renova-se a fé na arte como instrumento de mudança pessoal e social. A sensibilidade e coragem dessa equipe jovem e talentosa é um alento neste momento sombrio que vivemos”.

A cenografia de As Irmãs Siamesas, assinada por Marisa Rebollo, também é cheia de poesia e foge do realismo: apresenta um baú dentro de outro baú para transparecer as diversas camadas da relação entre as irmãs. O baú é a simbologia da mãe, da vida, da morte, podendo representar as prisões internas, as lembranças guardadas, o túmulo. O estado interior das personagens é potencializado pela iluminação de Rodrigo Alves (Salsicha) e pela trilha sonora original de Wayne Hussey, conhecido cantor, guitarrista e compositor da banda inglesa The Mission. “Compor música para uma peça de teatro era algo que eu queria muito fazer. Evitei os instrumentos modernos, que exigem eletricidade para não colocar a peça em uma época determinada, e segui pela linha do acústico, com piano, violino e violão clássico, que se tornaram minha paleta de som exclusiva para a trilha: uma música mais lenta, vazia e aberta, não sentimental”. Wayne trabalhou em conjunto com o pianista inglês James Bacon e o violinista David Milsom na criação da série de adágios que compõem o clima da encenação. A trilha será lançada em CD, em edição limitada, e vendida após as apresentações do espetáculo.

Ficha técnica / Serviço

Texto: José Rubens Siqueira
Direção: Sébastien Brottet-Michel
Elenco: Cinthya Hussey e Nara Marques
Cenografia: Marisa Rebollo
Figurino e Visagismo: Kene Heuser
Iluminação: Rodrigo Alves ‘Salsicha’
Trilha sonora e sonoplastia: Wayne Hussey
Produção executiva: Maristela Bueno
Direção de cena: Nicolau Ayer
Assistente de direção: Thiago Lima
Assistente de produção: Sabrina Nask
Assistente de figurino: Léo Sgarbo
Cenotécnica: Armazém Cenográfico
Design gráfico: Francisco Júnior (Juh Ninho)
Fotografia: Heloísa Bortz
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação
Produção: Daniel Torrieri Baldi
Realização: Ecoman Produções Artísticas

Espetáculo: As Irmãs Siamesas

Estreia: 5 de outubro. Sexta, às 20h30
Temporada: 5 de outubro a 2 de dezembro de 2018
Horários: sextas e sábados (às 20h30) e domingos (às 19h)
Duração: 80 min. Gênero: Drama. Classificação: 14 anos
Ingressos: R$ 40,00 (meia entrada: R$ 20,00)
Bilheteria: 2h antes das sessões. Aceita todos os cartões.
Vendas antecipadas: https://www.ingressorapido.com.br.

Teatro Aliança Francesa
Rua Gen. Jardim, 182 - Vila Buarque. São Paulo - SP
Telefone: (11) 3572-2379
230 lugares. Ar condicionado. Acessibilidade. Bar/café.
www.teatroaliancafrancesa.com.br

PERFIS

José Rubens Siqueira (autor) - Autor, diretor e cenógrafo; alternando ou acumulando as funções da dramaturgia e encenação, José Rubens contribui para realizações representativas do teatro paulista, ganhando destaque a partir dos anos 80. Dedicando-se ao cinema em meados da década de 1960, teve sua primeira experiência em teatro junto ao Núcleo 2 do Teatro de Arena, na montagem de O Processo, baseado em Franz Kafka, em 1967. Dois anos depois, estreou como diretor de Numância, obra de Cervantes encenada com o grupo universitário Sedes Sapientie. Em 1970, obteve seu primeiro destaque, ao dirigir O Cordão Umbilical, texto de estreia de Mario Prata, e Marta de Tal, de Graça Mello. Em 1975, dirigiu A Sétima Morada, O Romance de Tereza d'Ávila, de José Maria Ferreira, destacando Célia Helena e Carlos Augusto Strazzer nos papéis centrais. Junto ao encenador Francisco Medeiros, firmou uma parceria em torno de muitos trabalhos. Em 1984, esteve como ator em Simon, de Isaac Chocrón; Sampa, a Idade de Amar, texto, cenografia e figurinos de sua autoria; assim como no infanto-juvenil Tronodocrono, em parceria com Gabriela Rabelo. No ano seguinte, integrou uma oficina junto ao Sesi que resultou em Cárcere Secreto, um Ato Sobre a Intolerância, sobre a vida e obra de Antônio José da Silva, o Judeu; e outro projeto multifacetado que resultou na montagem de Artaud, O Espírito do Teatro, uma das vigorosas e premiadas realizações de sua carreira. Em 1986, traduziu e interpretou Muito Barulho Por Nada, de W. Shakespeare; e em 1990, Confusão Na Cidade, de Carlo Goldoni, dois espetáculos de Osmar Rodrigues Cruz para o Teatro Popular do Sesi. Em 1987, foi autor, diretor, cenógrafo e figurinista de As Irmãs Siamesas, que reuniu Nize Silva e Ruthinéa de Moraes . Em 1989, esteve em duas significativas realizações: como autor em Decifra-me ou Devoro-te, que destacou Renato Borghi, e Sessenta e Oito, resultante de depoimentos em programação coordenada por Francisco Medeiros em torno do histórico ano. Em 1990, esteve em dois projetos: uma dramatização da vida e obra de Mário de Andrade, O Inútil Brilho das Estrelas, levado a cabo juntamente com Gabriela Rabelo e Maria Helena Grembecki; e Os Ventos e os Waldes, realização de Lala Deheizelin e Edith Siqueira, centrado em Oswald de Andrade. Em 1998, assinou a dramaturgia de Domésticas, espetáculo de Renata Melo que ganhou versão no cinema; bem como é o autor de Éonoé, infantil dirigido por Francisco Medeiros com o grupo Pia Fraus. Em 1999, adaptou ,dirigiu, fez cenário e figurinos de A Cândida Erêndira e Sua Avó Desalmada, de Gabriel García Márquez, com Esther Góes e grande elenco. Em 2000, debruçou-se sobre a poetisa Adélia Prado como autor de Dona da Casa, espetáculo de Georgette Fadel. Autodidata, José Rubens Siqueira recebeu a graduação de Notório Saber, em 2002, pela Escola de Comunicação das Artes do Corpo, onde leciona, desde 2000, curso integrante do Departamento de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica (PUC).

Sébastien Brottet-Michel (diretor) - Depois de se formar em Estudo de Cinematografia na Universidade Lumière Lyon II, Sébastien começou a aprender sobre teatro na escola de arte dramática de Anne Sicco l'Oeil du Silence, em 1998. Durante dois anos aprendeu o princípio da biomecânica. Também participou de inúmeras oficinas, estudou mímica com Marcel Marceau, e a arte de Kyogen com o Mestre Shime Shigeyama. Sébastien começou a atuar profissionalmente ,em 2000, em Hamlet e Romeu e Julieta, de W. Shakespeare, e Liberdade em Bremen, de Fassbinder. Também atuou em vários curtas-metragens e interpretou o personagem principal no longa Intox, de Akim Sakref. Em 2002, tornou-se ator do Théâtre du Soleil, dirigido por Ariane Mnouchkine. Desde então, atuou em todas as criações coletivas do Théâtre du Soleil e viajou o mundo com Le Dernier Caravansérail (2002 a 2005), Os Efêmeros (2006 a 2008), Os Náufragos do Louca Esperança (2009 a 2012), Macbeth (2014 a 2015), e está, atualmente, em turnês com Une Chambre en Inde. Sébastien também atua como assistente de direção na França, tendo colaborado como treinador de atores e codiretor em diferentes performances, desde 2008, principalmente em São Paulo com a peça Histórias Ordinárias, de Nelson Rodrigues, dirigida por Jair Assumpção. Desde 2011, Sébastien ministra a oficina O Corpo Poético, inspirada em sua própria experiência como ator, criador e professor, que já foi realizada no Brasil, na França, em Taiwan, Hong-Kong e Macau. Desde 2016, ele vem anualmente ao Brasil para ministrar novas oficinas para atores profissionais: Falemos de Amor e Para Além da Pintura Eu Contemplo o Mundo. Como ator-formador, faz parte das Escolas Nômades do Théâtre du Soleil, dirigidas por Ariane Mnouchkine no Chile, na Suécia e na Índia. E, no final deste ano, estreará o espetáculo Kanata - A Controvérsia, dirigido por Robert Lepage em parceria com o Théâtre du Soleil.

Cinthya Hussey (atriz) - Estudou teatro com Ariane Minouchkine, Sebastien Brottet-Michel e Eve Doe Bruce, do Theatre Du Soleil. Fez cursos de interpretação para cinema com Mel Churcher no Pinewood Studios, com Fátima Toledo e Luiz Mário Vicente. Participou do grupo de pesquisa em cinema AP 43, liderado por Nara Sakarê. Interessada em se aprimorar, aprofundou-se a técnica Meisner, conduzida por Ana Paula Dias, e no Método de Lee Strawberry, com Estrela Straus. Presente em constantes produções de teatro, entre as peças em que atuou destaque para Estórias Ordinárias, direção de Jair Assumpção; MabeMa, direção de Tadashi Endo, Travessias, direção de Silvana Abreu; As Viúvas, A Mandrágora, Contos de Sedução, O Torniquete e, mais recentemente, Anatol, direções de Eduardo Tolentino de Araújo (Grupo TAPA). No cinema, participou do longa-metragem Singapore Sling, direção de Marcus Sigrist, e do curta Sem Natal, direção de Tiago Trigo. Na televisão, atuou seriados na televisão, entres: 9mm São Paulo, direção de Michael Ruman; Natureza Morta, direção de Flávio Frederico; O Negócio, direção de Júlia Jordão; e 171 Negócio de Família, direção de Roberto D'Avila.

Nara Marques (atriz) - Iniciou sua carreira no teatro em Ribeirão Preto, no Instituto Ribeirão Em Cena, onde confirmou a sua vocação. Em 2002, mudou-se para São Paulo, buscando aprimoramento artístico. Depois de se aprofundar na área, ampliando o conhecimento também para outras linguagens como TV e cinema, Nara foi levando em paralelo com o ofício de atriz, o trabalho de professora, coach e preparadora de atores. Atua como docente na Escola de Atores Wolf Maya SP, desde 2007, escola em que se formou em 2006, e tem em seu currículo cursos com Sebastién Brottet- Michel, ator da companhia teatral francesa Teathre du Soleil, além de workshops de cinema com Sérgio Penna e de teatro com Jair de Assumpção. Como atriz, realizou três longas-metragens, oito filmes publicitários e 11 peças teatrais, entre elas O Óbvio Ululante, direção de Gilson Filho, Eu Sei Que Vou te Amar, direção de Ademir Esteves, Seis Personagens a Procura de um Autor, direção de Olair Cohan, Deflora-te, direção de Gabriela Linhares, O Banheiro, direção de Nilton Bicudo e Estórias Ordinárias, direção de Jair Assumpção.

Wayne Hussey (trilha sonora) - Músico profissional, há mais de 40 anos. Conhecido principalmente como o cantor, guitarrista e compositor da banda inglesa The Mission (UK), Wayne também teve passagens como guitarrista com os grupos The Sisters of Mercy e Dead or Alive. Com The Mission, participou também como compositor na gravação de álbuns que venderam milhões em todo o mundo, sendo autor também de 14 singles da nbanda que entraram para o Top 40 no Reino Unido. São inúmeras turnês pelo globo e The Mission tem seguidores leais e apaixonados em todo o mundo. Wayne já esteve no palco com The Cure, The Cult, Gary Numan, Martin Gore (Depeche Mode), Peter Murphy e Peter Hook (Joy Division e New Order) e outros. As Irmãs Siamesas é o primeiro envolvimento do músico em composição e gravação de música para uma peça de teatro.

Daniel Torrieri Baldi (produtor) - Produtor teatral, Daniel tem entre seus últimos trabalhos os musicais Garota Glamour, com Totia Meirelles, Renato Rabello e Elaine Mickely, e Rock Show, com Leilah Moreno, Vanessa Jackson e Kelly Moore, ambos dirigidos por Wolf Maya; a comédia A Vingança de Milonga, de Loló Neves; o drama A Via: Passageiros, direção de Hânia Cecília Pilan; As Mulheres de Shakespeare, direção de Josemir Kowalick; Perto do Fogo, de Nicolau Ayer, com Geórgia Gomide, Carlo Briani e Leka Beglomini; Olhe Para Trás com Raiva, direção de Ulysses Cruz com Sérgio Abreu, Thiago Mendonça, Karen Coelho e Maria Manoella; Biografia Não Autorizada, direção de Jair Assumpção, com Marcos Oliveira e Tiago Robert, A Hora Perigosa, direção de Daniel Herz, com Bebel Ambrósio, Carolina Lopez, Fernanda Heras e Tatiana Infante; O Semeador, direção de Hudson Glauber, com Genézio de Barros e Thiago Mendonça e segunda temporada com Flávio Galvão e Antonio Motta; Amor em 79:05, direção de Elias Andreato, com Josemir Kowalick e Eduardo Ximenes; A Serpente, direção de Eric Lenate, com Juan Alba, Carolina Lopez, Fernanda Heras, Paulo Azevedo e Mariá Guedes; O Monstro, direção de Hugo Coelho, com Genézio de Barros; além do projeto Cantores & Você, nos anos de 2009, 2012 e 2014, com participação de Vanessa Jackson, Kelly Moore, Leilah Moreno, Thaême Marioto, Patrícia Coelho, Nando Fernandes, Sergio Abreu e Russo, entre outros, e do show Zepa Acústico, realizado no MASP Auditório.

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