Em meio a turbulências políticas, brigas com nações capitalistas e desespero nacional, surgiu um grupo de dança que ajudou a reconstruir a imagem sofrida e autoritária da União Soviética, e, com o passar do tempo, transformou-se em uma das companhias de balé mais respeitadas do mundo. Fundado em 1966 por um dos mais importantes coreógrafos do século XX, Igor Moiseyev, o Grand Moscow Classical Ballet foi um divisor de águas para o balé internacional pelo seu caráter inovador.
Passados 43 anos, a companhia se mantém viva e forte, levando seus espetáculos pelos quatro cantos do planeta. Nas suas quatro décadas de vida, o grupo já teve nomes importantes no cenário da dança mundial, como os artistas Michail Baryshnikov, Mukhamedov Irek, Kolpakova Irina, Maksimova Ekaterina, Godunov Aleksander, Vladimir Malakhov, Stepanenko Galina e Stanislav Isaev.
Com coreografias marcantes e performances altamente técnicas, aliadas a produções originais e um elenco de solistas premiado, o Grand Moscow já se apresentou em mais de 30 países da Europa, América e Ásia, e desembarca em novembro em terras tupiniquins. Ao todo, serão 15 apresentações da escola. A turnê brasileira passa por Porto Alegre, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo.
Sob a direção artística de Natalia Kasatkina e Vladimir Vasilyov, e com a participação dos solistas Artem Khoroshilov, Marina Rzhannikova, Lioudmila Doxomova e Alexandra Lezina, além de outros nomes, o grupo, que conta com um repertório com mais de 20 produções - incluindo também coreografias para balés como Bolshoi e Kirov - leva ao público brasileiro as peças “Dom Quixote”, de León Minkus, e “A Bela Adormecida”, de Pyotr Ilyich Tchaikovsky, dois de seus espetáculos mais marcantes.
Marina Rzhannikova, principal bailarina do Grand Moscow Classical Ballet, considerada uma das melhores do mundo, faz o papel de Aurora, a Bela Adormecida, e de Kitry, em “Dom Quixote”. Em seu vasto currículo destacam-se as atuações nas peças “Lago dos Cisnes”, “Romeu e Julieta”, entre tantas outras.
As coreografias foram criadas por Marius Petipa, em 1890, e, mesmo tanto tempo depois, elas ainda são vistas como algo inovador. Com um estilo marcado pela dramaticidade, usam e abusam das atuações dos dançarinos. Tanto “A Bela Adormecida” quanto “Dom Quixote” refletem a constante busca da companhia por novas propostas e linguagens para a dança, num jeito próprio que une as tradições clássicas a elementos modernos. Uma assinatura que também está presente em produções como “O Lago dos Cisnes” e “O Quebra Nozes”, de Piotr Tchaikovsky; “Cinderela”, todas já encenadas pelo Grand Moscow.