A estreia de Teatro Para Pássaros acontece no dia 4 de setembro, somente para convidados, na Sala Carlos Miranda da Fundação Nacional de Artes (Funarte), em São Paulo, às 19h30, onde cumpre temporada até 11 de outubro.
A peça questiona com muito humor o próprio fazer teatral por meio de personagens que são atores. Assim, apresenta uma atriz (Luciana Rossi) que passa por um momento transformador e quer se tornar dramaturga; uma alma rebelde (Bete Correia), que recita poemas de Emily Dickinson e se recusa a tomar banho, e seu namorado apaixonado (Diego Monteiro), que só quer ir ao cinema; o egocêntrico produtor teatral (Daniel Gaggini) que carrega consigo, como se fosse um troféu, uma atriz bela e fútil (Ana Fuser); e o grande "conciliador" da casa (Mario Condor). Na calçada, ainda está o corpo do segundo porteiro a morrer em menos de uma semana, o que leva os moradores do edifício a fazer uma reunião de condomínio no meio da madrugada ao mesmo tempo em que a trama se desenrola.
Segundo Roberto Lage, a peça pode ser vista como uma reflexão sobre o momento por que passam os atores atualmente e o papel do teatro nos dias de hoje. Ele acredita que o teatro deixou de apontar caminhos e de operar como um "farol" para nossa sociedade, papel que já exerceu em um determinado momento, e perdeu também sua capacidade de transformação coletiva. Nesse sentido, qual caminho deve assumir o teatro no momento em que a experiência individual prevalece sobre a coletiva, contrariando, inclusive sua própria origem?
A obra pode ser lida em vários âmbitos, pois, atrás do conflito da superfície, podemos encontrar reflexões ou perguntas sobre a representação e a própria atuação, sobre como ser ator e fazer teatro e não morrer na tentativa, e também sobre o teatro como meio conceitual e concreto de comunicação e expressão criativa. Os personagens representam para o público e para eles mesmos, e a noção de o que é teatro aparece e desaparece no ir e vir das sub-tramas. O espectador, então, pode participar ativamente do jogo entre os personagens e se perguntar: o que é o teatro? Por que fazer teatro no meio de tantas dificuldades? E, ao mesmo tempo, pode indagar: em que medida nós também não atuamos e, às vezes, orientados por um fim determinado, representamos o que não sentimos?
Além de questionar os variados aspectos das relações entre atores, produtores, diretores e dramaturgos, Teatro Para Pássaros deixa entrever determinadas características inerentes ao cotidiano de qualquer grupo social. Afinal, o título da obra nos remete a um sentimento universal e comum a todos nós: a possibilidade de voar, de ir longe, de ser livre.
Saiba mais em: http://teatroparapassaros.wordpress.com e www.twitter.com/teatropassaros
Ficha técnica
Espetáculo: Teatro Para Pássaros
Texto: Daniel Veronese
Direção: Roberto Lage
Tradução: Luciana Rossi
Elenco: Ana Fuser, Bete Correia, Daniel Gaggini, Diego Monteiro, Luciana Rossi e Mario Condor.
Trilha sonora: Ana Fuser e Luciana Rossi
Desenho de luz: Aline Santini
Cenário: Rodrigo Paz
Figurino: Ed Mendes e Luiz Parisi
Assistente de direção: Mauricio Sumita
Designer gráfico: David Galasse
Fotos: Linno Ferreira
Preparação corporal: Mario Condor
Preparação vocal: Ana Fuser
Produção executiva: Flávia Tonalezi
Serviço
Estreia/público: 5 de setembro - 20 horas
Local: Funarte São Paulo - Sala Carlos Miranda - Al. Nothmann, 1.058, Campos Elíseos/SP
Tel: (11) 3662-5177
Temporada: sexta e sábado (20 horas) e domingo (19 horas) - Até: 11/10/09
Ingressos: R$ 10,00 (¹/2 entrada: R$ 5,00) - Bilheteria: 1h antes das sessões
Gênero: Comédia - Duração: 80 min - Classificação etária: 14 anos
Capacidade: 80 lugares - Reservas: (11) 8152-1598
Não aceita cheque/cartão - Ar condicionado e acesso universal.