Clássico de autoria dos escritores brasileiros Chico Buarque e Paulo Pontes, “Gota D’Água” foi escrita em 1975 a partir de um trabalho de Oduvaldo Vianna Filho que adaptara a peça grega clássica de Eurípedes sobre o mito de Medeia para a televisão e à memória do qual foi dedicada. Esse foi o texto escolhido pelo diretor Ivan Sugahara, para levar ao palco do Espaço Sergio Britto, um elenco de atores formandos da CAL.
“Gota d’Água” modifica a tragédia grega Medeia de Eurípides, contextualizando-a com o Rio de Janeiro da década de 1970, transformando a protagonista na sofrida Joana e Jasão em um sambista, autor da canção que intitula a peça. Elementos presentes na cultura brasileira, como o samba e a macumba, são acrescentados ao mito, além da focalização no contexto brasileiro, no sofrimento de um povo pobre, morador de um conjunto habitacional e explorado por Creonte, dono das casas.
No musical “Gota d’água”, Joana abandona seu marido para juntar-se a Jasão, que faz sucesso no rádio com a música “Gota d’água” e com ele tem dois filhos. Abandonada por ele que se apaixona por Alma, filha de Creonte, Joana trama uma vingança contra eles, mas, como não dá certo, acaba matando os filhos e tirando a própria vida.
Essa é a quarta montagem de formatura da CAL dirigida por Ivan Sugahara. Formado na CAL, Sugahara conta que dirigir “Gota D’Água” é um antigo sonho. “Chico Buarque e Paulo Pontes fizeram uma releitura apaixonante de Medeia. Considero esta peça um dos melhores textos que a nossa dramaturgia já produziu, misturando com habilidade uma das tragédias fundadoras do teatro e da sociedade ocidental, a poesia e a música de Chico e a realidade brasileira contemporânea”, conta o diretor.
“Gota D’Água” fica em cartaz no Espaço Sérgio Britto, aos sábados e domingos até o dia 28 de abril. O teatro fica na Glória, centro do Rio de Janeiro.