Década após década, as obras do gaúcho Erico Veríssimo continuam a inspirar. E nunca foram tão atuais. Dramas, interesses políticos, guerra e questões regionais que sempre se tornam necessariamente universais. Na peça O Sobrado, adaptação cênica de sete capítulos homônimos dos dois volumes intitulados O Continente (a primeira parte da obra literária O Tempo e o Vento) não é diferente. Alunos do Departamento de Arte Dramática da UFRGS, por meio de improvisações, estudos e discussões teóricas chegam a um resultado que tem empolgado o público e a crítica no Sul do País. A ação se passa em 1895, quando o chefe político republicano Licurgo Cambará se encontra sitiado em sua casa, junto à sua família e correligionários, sob o cerco de tropas federalistas, o partido oposicionista também conhecido pelo nome Maragato.
Fechados dentro do sobrado durante dez dias, com pouca comida, água e munição, os personagens da trama relacionam-se em um meio perturbado e agonizante e revelam suas histórias e anseios, enquanto a morte se faz presente dentro e fora da casa. “O interessante é que, através da transposição para a cena, pudemos perceber a real dimensão das personagens femininas”, revela a diretora e professora Inês Marocco. “A cada dia descubro coisas novas. Fazer a Bibiana, a neta da Ana Terra, é uma grande responsabilidade”, complementa a atriz Rita Mauricio.

Famoso pelos horários alternativos e suas comédias, o Teatro Lala Schneider comemora 15 anos de fundação e homenageia a estrela que dá nome ao espaço. O espetáculo “Risos e Lágrimas” conta a trajetória de sucesso da atriz Lala Schneider, com direção de João Luiz Fiani e interpretação da Cia Máscaras de Teatro. A atriz, que faleceu em 2007, aos 80 anos de idade, é considerada um dos maiores nomes do teatro paranaense, com diversos trabalhos no teatro, na televisão e no cinema.

Já está em execução a reforma de um novo – e, talvez, mais preparado – espaço para espetáculos no Mato Grosso. O Teatro Municipal de Alta Floresta chamou o cenógrafo carioca José Dias, mestre e doutor pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), para analisar a estrutura do local e apresentar sugestões para equipá-lo. A ideia da prefeitura é adequar o espaço para as grandes produções e, assim, levar espetáculos nacionais e internacionais para a região.


A Cidade do Circo dos Dias Iguais é uma fábula sobre a busca pela perfeição. Conta a história de João, um nordestino que decide tentar a vida no Sudeste, mas ao retornar, desiludido, à terra natal, se perde e encontra um velho profeta, que o apresenta a uma cidade mágica, na qual os dias se repetem. A peça é de autoria de Tarcízio Dalpra Jr., 29 anos, jornalista e publicitário em Juiz de Fora (MG) e diretor, ator e dramaturgo da Cia Teatral Putz!. Ele foi um dos agraciados pelo Prêmio Carlos Carvalho – Concurso Nacional de Dramaturgia, entregue dia 24 de julho, no Teatro Renascença, em Porto Alegre. O paulista Marcos Vigani, 28 anos, tirou o segundo lugar por Almas de Vidro, espetáculo dividido em pequenos monólogos e que conta a história de sobreviventes da Segunda Guerra Mundial. O carioca de Rio Bonito, Odir Ramos da Costa, de 73 anos, e autor de muitas peças premiadas, conquistou o terceiro lugar com o texto Palavras no Chumbo Derretido, no qual aborda a escolha entre o uso da ética ou da antiética a partir de um operário aposentado, linotipista por ofício, e uma bela jovem em ascensão no mundo empresarial. Os autores receberam prêmios em dinheiro, nos valores de R$ 8 mil, R$ 5 mil e R$ 3 mil.

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