Foi da dissecação à reconstrução do corpo feminino que os dramaturgos Adriana Azenha e Gerson Steves — também diretor do espetáculo — criaram o texto de “A Bomba Anatômica”.
Dividido em partes (como se divide o corpo humano: cabeça, tronco e membros), a peça apropria-se dos vários significados que o corpo e suas partes podem ter para reconstruir novas ideias e pensamentos e, com isso, falar para além do corpo da mulher, tocar o pensamento e até mesmo a alma.
Trata-se de um exercício de atrizes (Tatiana Alves e Valéria Espinhara) que dividem a cena o tempo todo, brincando entre si e com o público. Por meio de um jogo permanente, desfilam uma enorme variedade de pequenos personagens que podem durar o tempo de uma fala, uma palavra ou uma imagem.
Ou mais: como é o caso das três histórias centrais da peça. Em “Cabeçuda, Fazedora e Uma Mulher de Peito”, o público se depara com mulheres vividas ciclotimicamente pelas atrizes que, ao narrarem suas trajetórias, percalços e pequenos dramas, arrancam da platéia pequenos sorrisos e lágrimas.
O espetáculo fica em cartaz no Teatro do Ator (Praça Roosevelt, 172 – SP) até 11 de dezembro.