Uma obra gaúcha para sempre universal

 

Década após década, as obras do gaúcho Erico Veríssimo continuam a inspirar. E nunca foram tão atuais. Dramas, interesses políticos, guerra e questões regionais que sempre se tornam necessariamente universais. Na peça O Sobrado, adaptação cênica de sete capítulos homônimos dos dois volumes intitulados O Continente (a primeira parte da obra literária O Tempo e o Vento) não é diferente. Alunos do Departamento de Arte Dramática da UFRGS, por meio de improvisações, estudos e discussões teóricas chegam a um resultado que tem empolgado o público e a crítica no Sul do País. A ação se passa em 1895, quando o chefe político republicano Licurgo Cambará se encontra sitiado em sua casa, junto à sua família e correligionários, sob o cerco de tropas federalistas, o partido oposicionista também conhecido pelo nome Maragato.
Fechados dentro do sobrado durante dez dias, com pouca comida, água e munição, os personagens da trama relacionam-se em um meio perturbado e agonizante e revelam suas histórias e anseios, enquanto a morte se faz presente dentro e fora da casa. “O interessante é que, através da transposição para a cena, pudemos perceber a real dimensão das personagens femininas”, revela a diretora e professora Inês Marocco. “A cada dia descubro coisas novas. Fazer a Bibiana, a neta da Ana Terra, é uma grande responsabilidade”, complementa a atriz Rita Mauricio.

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