Bruno Pacheco / JT
“Isso mais vale uma coxinha do que um salário”. A famosa expressão, símbolo do incômodo comum da população brasileira com as baixas remunerações típicas do mercado, serviu de base e inspiração para uma das peças mais inusitadas em cartaz no Rio de Janeiro, no Teatro Cândido Mendes. A comédia “Vale Coxinha” mostra, de maneira leve e descompromissada, o processo de realização de uma produção teatral até a tão deseja estreia. Os autores André Poubel e Cristina Campagnoli querem mostrar que os artistas, assim como os trabalhadores comuns do País, também sofrem para conseguirem seu lugar no mercado. Muitos deles acabam por aceitar uma remuneração que não está de acordo com o talento que possuem.
No enredo, Jean Louis (Carlos Seidl), um diretor com muitas ideias na cabeça e inspirado em uma pesquisa feita através de textos de tragédias, clássicos, farsa medieval, terror, teatro contemporâneo, besteirol, teatro musical, entre outros, resolve selecionar um elenco para montar seu espetáculo. Ele decide, então, convocar atores para um teste, onde apresentará sua proposta. O trio de artistas selecionados leva ao público uma divertida maneira de brincar com tipos, estilos de personagens e textos, dando uma roupagem descontraída e descompromissada com qualquer coerência do que se vive no processo de criação e nos ensaios de um espetáculo.
Com a peça, André Poubel e Cristina Campagnoli, ambos com carreira de ator e experiências em teatro e TV, buscaram levar ao público, com simplicidade, um pouco do que todo artista passa no processo de construção de carreira. Para isso, buscaram personagens com arquétipos claros e facilmente identificados pelo público, além de terem dado um tratamento de comédia ao enredo, mesmo quando não é exatamente isto que a cena se propões originalmente. O espetáculo fica em cartaz até 29 de agosto, sendo apresentado todas as sextas e sábados, às 23h. A duração da peça é de 75 minutos e o ingresso custa R$ 30. A classificação etária é para maiores de 14 anos.